NEOCLASSICISMO
"A natureza não é mais a ordem revelada e imutável da criação, mas o ambiente da existência humana [...]”
Sappho e Phaon, Jacques-Louis David, 1809. Óleo sobre tela. 2,25m x 2,62m. Museu Hermitage, São Petersburgo.
O MovimentoPara que se possa compreender o Neoclassicismo, recomendo a leitura de "A História da Arte", de E. H. Gombrich (Capítulo 24: A Quebra na Tradição) e "Uma Iniciação à História da Arte", de H. W. Janson e Anthony F. Janson (Quarta Parte: O Mundo Moderno - Neoclassicismo).
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A coroação de Napoleão, Jacques-Louis David, 1806-1807. Óleo sobre tela. 6,21m x 9,79m. Museu do Louvre, Paris.
O adeus de Telêmaco e Eucaris, Jacques-Louis David, 1818. Óleo sobre tela. 0,88m x 1,03m. Getty Myseum, Los Angeles
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O autor também reflete acerca da pintura histórica e das suas origens, influenciadas por artistas estrangeiros – sobretudo, americanos trabalhando na Inglaterra. – Um destes é John Copley, que em seus severos esforços, tentou retratar o mais fielmente possível a cena de “Carlos I exigindo a entrega dos cinco membros da Câmara dos Comuns atingidos por Impeachment”, como o próprio nome da obra sugere. Para tanto, ele consultou estudiosos e historiadores acerca do formato da Câmara e viajou a palacetes em busca dos retratos dos homens presentes no fato que desejava reconstituir. Novamente, a permanência dos temas heroicos na pintura. Outro grande nome deste brilhante período foi Jacques-Louis David, assinando o movimento com “A morte de Marat”, em uma idealização digna dos ideais greco-romanos da Antiguidade Clássica (ainda que suavemente atrevida e renovada, inspirada pelos novos moldes do Iluminismo).
Não obstante, o pesquisador continua, ainda, a investigar o séc. XVIII nas suas mais ardentes manifestações. Tendo Goya como guia, ele se aventura pelos campos silvestres do concomitante Romantismo, realçando as disparidades estridentes deste movimento com o Neoclassicismo, cujos principais alicerces foram renegados pelos românticos. Indo mais a fundo neste mesmo terreno, Gombrich acaba por se encontrar com William Blake e a aura mística que o envolve, enfeitando o seu desprezo pela Academia com honrosos elogios. É então que ele traz à tona Willian Turner e John Constable, relembrando o contraste entre a arte pitoresca e a sublime em suas diferentes formas de representar a mesma natureza: para a primeira, a representação idílica baseada na realidade do naturalismo era um fator de maior importância, evocando a calma e a simplicidade do mundo visível. Para a segunda, mais valia traduzir a pequenez do homem diante do ambiente natural que ele é incapaz de controlar, dando mais atenção à poesia das suas emoções. Segundo o autor, estes últimos não tiveram tanta sorte. Panteão de Paris, Jacques-Germain Soufflot, 1755. Paris.
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Napoleão em seu trono imperial, Jean-Auguste Dominique Ingres, 1806. Óleo sobre tela. 2,59m x 1,62m. Musée de l'Armée, Paris.
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A morte de Marat, Jacques-Louis David, 1793. Óleo sobre tela. 1,28m x 1,65m. Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique, Bruxelas.
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Quando a apresentação das novas tendências classicistas aparece na pintura, logo aparece a negação do Rococó e os principais nomes que representaram a época. Entre estes, aparece Jacques Louis David e o “neopoussinismo” trazido por ele em suas obras, com a solidez e a estaticidade das figuras por ele pintadas. Além disto, a luminosidade é aparente e precisa, como a de Caravaggio e seus detalhes realistas. Os pesquisadores também apresentam Copley West e suas contribuições para as composições heroicas que viriam adiante na pintura histórica, tão bem seguida por John Copley. Ambos eram americanos e deram força às mudanças que deixavam de lado as emoções e a religião, favorecendo agora o nacionalismo.
Encerrando as suas discussões, os pesquisadores se recolhem ao trazerem à tona a escultura e, com ela, os mesmos moldes que guiaram as demais linguagens. Segundo eles, porém, o dilema que se instaurava entre os escultores pelo pensamento de não conseguir superar os antigos mestres teria os impedido de avançar com a sua nova vertente “realista”. Coube a Jean Antoine Houdon o trabalho de produzir retratos em sua fina harmonia, e esta foi a alternativa que restou aos outros escultores deste mesmo período. |