MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA (ARTE BRASILEIRA NO SÉC. XIX)
"A arte brasileira - no campo da pintura, da escultura e da gravura e desenho - vai realizar-sem em nível superficial e dependente de contínuos afluxos estrangeiros [...]”
Largo da carioca em 1816, Nicolas-Antoine Taunay, 1816. Óleo sobre tela. 0,45m x 0,56m. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
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Moema, Victor Meirelles, 1866. Óleo sobre tela. 1,29m x 1,9m. Museu de Arte de São Paulo ssis Chateaubriand, São Paulo.
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A maternidade, Eliseu Visconti, 1903. Óleo sobre tela. 1,65m x 2m. Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
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Caipira picando fumo, Almeida Júnior, 1893. Óleo sobre tela. 2,02m x 1,41m. Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo.
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O autor traz, além de todo o conhecimento que funda o âmbar do qual ele extrai as principais discussões acerca de cada um dos seus tópicos, calorosas disparidades de pensamento e discussões literais para “ilustrar” com a sagacidade das próprias palavras o seu texto que é densamente compreensível. A linguagem abordada por Walter Zanini pode não ser a mais adequada para alcance de público, mas certamente o é para justificar os seus argumentos, que se entrelaçam com as ideias de outros estudiosos deste mesmo campo para enriquecer o contato que se tem com um feixe de tempo através de uma perspectiva histórica sobre a arte. E o faz, diga-se de passagem, de uma maneira que torna difícil pensar em se fazer melhor de outra maneira.
É dessa forma que o estudioso encaminha o estudo do leitor para o Ecletismo, presente já no fim do séc. XIX, na fase de transição para a arte do séc. XX. Segundo Zanini, este seria um período cujas produções não poderiam ser reunidas em um movimento específico, pela falta de características capazes de generalizar este momento plural de manifestações por parte dos artistas. Colocando Eliseu Visconti como um dos nomes desta transição, o autor explica as influências do Simbolismo e do Impressionismo sobre os trabalhos deste período, sem de fato enunciar estas correntes como consequências finais das obras produzidas nesta época em qualquer uma das suas linguagens. Por estar longe do abrasamento cultural gerado pelos acontecimentos da Europa, o Brasil se viu influenciado por impulsos distantes do seu contexto real, que não contribuíram para a solidificação de uma base artística comum. |
Jean Baptiste-Debret foi um dos artistas que vieram ao Brasil com a Missão Artística Francesa de 1816, idealizada por Joaquim Le Breton. Parente de Jacques-Louis David, sua “arte oficial” é insipidamente subjugada por diferentes críticos, que o acusam de demasiada rigidez e falta de habilidade na pintura histórica, tendo como consequência a representação estática da figura humana e a expressão enfraquecida da imagem em óleo sobre tela. Nestes trabalhos, o esquema de cores utilizado é de um movimento neoclássico um tanto quanto incomum, por vezes forte e fazendo uso de variações do pigmento vermelho.
Retrato de Dom João VI, Jean-Baptiste Débret, 1817. Óleo sobre tela. 0,6m x 0,42m. Museu Nacional de Belas Artes.
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Cena de carnaval, Jean-Baptiste Débret, 1822-1823.
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Caboclo, Jean-Baptiste Débret, 1820-1830. Aquarela sobre papel. 0,22m x 0,27m. Museus Castro Maya, Rio de Janeiro.
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Negros vendendo galinha e peru, Jean-Baptiste Débret, 1820-1830. Aquarela sobre papel. 0,18m x 0,27m. Museus Castro Maya.
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