IMPRESSIONISMO E ARTE MODERNA
"[...[ a história da arte no séc. XIX jamais poderá ser a história dos artistas de maior renome e remuneração daquele tempo.”
O Almoço dos Barqueiros, Pierre-Auguste Renoir, 1880-1881. Óleo sobre tela. 1,29m x 1,72m. The Phillips Collection, Washington.
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Um Bar no Folies-Bergère, Édouard Manet, 1882. Óleo sobre tela. 0,96m x 1,30m. Courtauld Institute Galleries, Londres.
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O baile no Moulin de la Galette, Pierre-Auguste Renoir, 1876. Óleo sobre tela. 1,31m x 1,75m. Museu de Orsay, Paris.
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Não a grande questão, mas sim a grande resposta que se abre durante o séc. XIX, segundo Gombrich, é a impressão ultrapassada que se tem sobre as antigas obras que já haviam sido feitas e resgatadas em períodos muito próximos. É por isso que hoje se reconhece muito mais facilmente um quadro considerado “rebelde” nesta época do que um quadro que continuava a satisfazer os padrões da Academia, por tanto tempo mantido. Sobre isto ele comenta o estrondoso sucesso destas últimas nas exposições, e a consequente queda da sua popularidade não muito tempo depois. Portanto, ele define este trecho da História da Arte como pertencente justamente aos artistas isolados e incompreendidos, envolvidos no seu próprio âmago de tentar transformar a arte da qual se serviam os profissionais renomados e bem pagos.
A Aula de Dança, Egar Degas, 1873. Óleo sobre tela. 0,85m x 0,75m. Musée D'Orsay, Paris.
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Deste jogo de pontos, surge a ideia de que “o moderno” nada mais é do que “o novo”. Vem também a concepção de que “o moderno” é a própria “consciência neurotizada da modernidade”, já que uma geração entende como “o moderno” a novidade e isto logo reflete a própria modernidade que a ela não pertence. Porém, ela não se considera “modernidade” tanto quanto se considera “moderna”, pois tudo parte do princípio que nem tudo o que é “novo” é “moderno”, porque nem toda “novidade” é necessariamente “nova”. O resultado, como já esperado, é uma variada gama de sentidos para aquilo que é denominado “moderno”, se relativizarmos mais ou menos os lugares e as épocas em que o termo é atribuído.
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A origem do mundo, Gustave Courbet, 1866. Óleo sobre tela, 0,46m x 0,55m. Musée D'Orsay, Paris.
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O Pensador, Auguste Rodin, 1903. Museu Rodin, Paris.
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Uma das suas esculturas mais conhecidas é “O Pensador”, criada a partir de 1880 para sua obra “Os Portões do Inferno”, medindo aproximadamente 70cm no alto da composição. Chamado “O Poeta” quando esculpido pela primeira vez, a obra toda teve sua inspiração em Dante Alighieri, autor da Divina Comédia. É por isso que o personagem se prostra para frente em posição de meditação: para observar aqueles que sofrem nos círculos do inferno e refletir sobre o seu próprio trabalho. Esculpido para representar “tanto um corpo torturado e uma alma condenada quanto um homem livre destinado a superar seu sofrimento através da poesia”, segundo o próprio Museu Rodin, “O Pensador” ainda traz referências a “Ugolino”, de Carpeaux (1861) e “Retrato de Lorenzo de’ Médici”, de Michelangelo (1526-1531).
Em 1888, Rodin passou a apresentar as esculturas de “Os Portões do Inferno” separadamente, a começar por “O Beijo” e também “O Pensador”, em 1889, que até 1896, ainda seria por vezes apresentado como “O Poeta”. Ao ser exposto no “Salon” de Paris em 1904, o clamor foi tanto que uma petição pública levou o governo francês a comprar a escultura e colocá-la do lado de fora do Panteão em 1906. Anos mais tarde, em 1922, a obra seria transferida para o Museu Rodin, também sediado em Paris. Apenas em tamanho original, há mais de cinquenta réplicas autorizadas desta escultura espalhadas pelo mundo. “O que faz meu Pensador pensar é que ele pensa não apenas com seu cérebro, sua sobrancelha franzida, suas narinas dilatadas e lábios comprimidos, mas com todos os músculos dos seus braços, costas e pernas, com o seu punho cerrado e os dedos dos pés agarrados”. (Rodin) À esquerda, detalhe do retrato sentado de Lorenzo de' Médici para o seu túmulo, Michelangelo Buonarroti, 1520-1534. Escultura em Bloco de Mármore. 6,2m x 3,98m.
À direta, Ugolino, Jean-Baptiste Carpeaux, 1862. Escultura em bronze. 1,94m x 1,48m x 1,19m. Musée d'Orsay, Paris.
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